Sabe aquele momento que a culpa surge na nossa cabeça? Do nada?
Eu, quando sinto essa emoção, avanço na geladeira, devoro o que encontrar na minha frente, compulsivamente. Depois, a culpa dilui um pouco, mas a dor de barriga, além da raiva de ter comido tanto e tamanhas besteiras, me deixa endoidecido.
Mas culpa de quê?
Todas as manhãs, costumo escutar um podcast da Espanha, sobre a mente humana. O nome do programa é “Entiende Tu Mente”. Ótimo, recomendo. No episódio de ontem, um dos podcasters, o psicólogo Luis Muiño, perguntou para a ouvinte se ela sentia culpa ou responsabilidade, pois, segundo o galego, são coisas totalmente diferentes. Eu concordo.
Culpa é um sentimento que aparece geralmente quando avaliamos e reprovamos nossas ações. A culpa é baseada na frustração. Ou seja, está ligada à violação dos nossos valores, crenças e moral. A culpa nada mais é do que um julgamento que fazemos de nós, de algo que fizemos e achamos errado. A culpa nos paralisa.
Já a responsabilidade, ao contrário da culpa, nos mobiliza. Responsabilidade é a obrigação de responder pelos próprios atos, sem terceirizar nossas ações. Caso uma pessoa responsável tenha prejudicado outra, ela tentará, de todos os meios, consertar seu erro e sanar da melhor maneira possível o dano causado.
Portanto, ser responsável por algo, é ser consciente que causou o dano e, se possível, tentar amenizar ou sanar de vez o incômodo causado. Diferente da culpa, em que o indivíduo fica paralisado no seu sofrimento, sem forças para sanar o que supostamente fez de errado.
Sendo assim, minha cara ou meu caro, sugiro que troque sua culpa por responsabilidade e, em vez de preencher a angústia da barriga com comida, tente resolver o problema causado.